quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Apanhando Macacos

Em certas regiões africanas usam os indígenas de um curioso artifício para apanhar macacos.
Amarram solidamente a uma árvore um saco de couro cheio de arroz, comida predileta dos símios. A boca desse saco, muito estreita, é do tamanho justo para só deixar passar a mão do animal; e este, se a fecha, prendendo entre os dedos um punhado de arroz, não pode mais retirá-la...
Sem desconfiar da armadilha, o macaco voraz mete a mão no saco e agarra, com força, um punhado de seu manjar favorito. Ao verificar que a mão está presa, faz caretas e agita-se, uiva, debate-se, retorce o corpo, em movimentos cada vez mais violentos. Mas todos os trejeitos e uivos são inúteis. O indígena aproxima-se, e com seu laço de couro, captura-o...
Como é tolo esse pobre macaco! Bastaria apenas, num gesto tão simples, abrir a mão e largar o arroz para recuperar a liberdade! Mas ele prefere o cativeiro e a morte, a renunciar à presa!
Toma cuidado, meu filho, que o desregrado amor ao dinheiro não te cative do mesmo modo e não te atire à prisão das mais negras paixões!
Não se pode viver sem dinheiro. De uma coisa porém não nos devemos esquecer: é de jamais sermos escravos do dinheiro. O dinheiro é que deve ser nosso servo. É ele mero instrumento, um meio apenas, não se devendo fazer dele um fim.
Assim, se não o deixares reinar como senhor em tua alma, o dinheiro pode ser para ti um bom servo.
Aumentará os teus valores espirituais, dar-te-á o direito de primogênito dos filhos de Deus.
O amor desordenado às riquezas é o que se chama avareza. É avarento o que vive exclusivamente preocupado em amealhar mais dinheiro e aumentar o seu pecúlio. A fortuna é para o avarento um fim, e não meio de prover às necessidades da existência. É tal a sua paixão pelo dinheiro que se torna miserável, não só para os outros como para si próprio.
O avaro não dá esmolas; nega o menor auxílio aos necessitados; priva-se, ele próprio, de tudo. Passa a vida a pão duro. Quando precisa gastar, sente como se lhe arrancassem um naco da alma. É tipo ignóbil; nocivo à família, inútil à sociedade e prejudicial ao país. A economia é coisa inteiramente diversa. Consiste em regular os gastos pelos rendimentos, de sorte que aqueles não excedam a estes. Não é vício. É, antes, virtude preciosa, estímulo do trabalho e mãe da prosperidade.

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