Tendo Chevreuil, célebre químico, pronunciado durante uma aula o nome de Deus, foi interpelado no momento por um de seus discípulos.
- Mestre - perguntou o jovem, petulante e audacioso - acreditas em Deus? Já o viste? O sábio respondeu:
- Sim, meu caro amigo, já O vi, não em si mesmo, que Ele é puro espírito, mas em Suas obras. Vi Sua onipotência na grandeza e no rápido movimento dos astros; vi Sua inteligência e Sua infinita sabedoria na ordem do Universo; vi a Sua bondade infinita nos admiráveis benefícios que Ele me dispensou.
- E tu, meu jovem, não conseguiste ver nada disso? Não vês o pintor divino no estupendo quadro da criação? Não vês o mecânico celeste nesta bela máquina do mundo? Não vês o artífice em sua obra?
- Moço, lamento a tua ignorância: dela unicamente resulta a cegueira em que vives! Procura aprender para sempre a sublime verdade!
Deus é espírito. Por isso O não podemos perceber pelos nossos sentidos, porque não tem corpo, nem figura, nem cor, nem algum dos atributos que se reconhecem nas coisas materiais. Criador de todas as coisas, Deus não foi criado por nenhum outro ser. Não teve, pois, princípio, nem há de ter fim. É eterno, isto é, existiu sempre e sempre há de existir.
Superior a todos os entes criados por Ele, as Suas perfeições são infinitas. É onipotente, isto é, pode tudo; é imutável, isto é, não pode ter mudança nos Seus atributos; é criador de todas as coisas, e nenhuma das coisas criadas tem o poder de criar outros entes Seus subordinados; é infinitamente bom; é senhor de tudo, tudo governa no mundo; a Sua misericordiosa providencia a tudo acode e tudo regula segundo as leis da Sua eterna e infinita sabedoria.
Pretender encerrar Deus nos limites de nossa compreensão é o mesmo que pretender encerrar todo o oceano dentro de um pequenino dedal.
Somente Deus - ensinava Santo Agostinho - sacia os nossos desejos, porque Ele é a imensidade. Sempre os saciará, porque Ele é a eternidade.
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