Duas jovens irmãs saíram certa manhã, a passeio. Seguiram a mesma estrada e caminharam juntas. De volta foram interrogadas pelo pai a respeito do que haviam visto durante a excursão.
- Nada vi - respondeu a primeira, surpreendida com a pergunta.
- Não tenho palavras para exprimir tudo o que vi e ouvi - disse a segunda. - Encontrei, no caminho, regatos rumorejantes, lindas borboletas, flores admiráveis, pássaros pipilando, folhas a farfalhar agitadas pelas brisas amenas, e mil outras belezas indescritíveis.
Que diferença observamos na diversidade com que essas duas irmãs, igualmente capazes de ver e de ouvir, encaravam as belezas naturais! A alma de uma era emocionada pelo belo, enquanto que a da outra se conservava indiferente às maravilhas da natureza.
Ouvi a palavra de Deus e a vossa alma viverá!
Estais, acaso, surdos à voz de Deus e às belezas espirituais que se expressam em milhares de vozes? Fitais as estrelas, no firmamento, sem que vos lembrem o Criador? Ouvis o chilrear das aves, sem um pensamento de gratidão ao Senhor que as fez? Sentis um impulso de adoração, quando acompanhais o cântico dos hinos do Seu santuário? As palavras do prega-dor fazem surgir em vosso espírito estranhos anseios por uma vida mais nobre? Sentis a presença de Deus quando Ele segreda paz ao vosso coração, nas horas silenciosas?
Deus está falando através de toda a Sua criação, mas somente à alma humana é dado captar-lhe as mensagens. Um pensador notável afirmava: - "A alma tem sempre a sua hora de silêncio completo. Deus nos fala cada noite, incessantemente. Quando os sons do mundo morrem ou se abafam dentro d’alma, então podemos ouvir os conselhos de Deus. Ele nos fala de contínuo e só não podemos ouvi-lo, quando nos ensurdece o burburinho, as fadigas e as distrações materiais do mundo".
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