Certa senhora, dotada, embora, de grande formosura, tinha um defeito. Possuía as mãos enrugadas, quase disformes. Durante muito tempo sua filha, menina viva e sagaz, com a delicada intuição da infância, não tocara no assunto. Por fim a curiosidade pôde mais do que ela, levando-a a esta confissão:
- "Minha mãe, eu gosto muito do seu lindo rosto, e gosto muito de seus lindos olhos, e da sua testa e do seu pescoço, mas não posso gostar das suas mãos. São tão feias!”.
Então a carinhosa mãe contou-lhe o seguinte:
- "Uma noite, quando você era ainda muito pequena e estava dormindo em seu bercinho de rendas e fitas, ouviu-se por toda a casa, o alarme de incêndio. Subi precipitadamente as escadas e encontrei em chamas o quarto onde você sonhava com os anjinhos. Quis Deus levar-me até ao seu berço e eu a salvei. Desde então as minhas mãos ficaram assim”.
A adorável criança quedou silenciosa por alguns instantes. Depois disse:
- Ó mamãezinha, eu ainda gosto do seu rosto, de sua testa e do seu pescoço, e dos seus olhos e dos seus cabelos mas agora gosto das suas mãos mais do que tudo.
Reparai agora meus amigos nas mãos divinas de Jesus - mãos remidoras e compassivas porque foram no infamante lenho da maldita cruz traspassadas impiedosamente por causa dos pecados de todos nós - distanciados do redil de Deus...
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